Trabalho chato....

Está decidido, a vida académica não será o meu futuro, estou há 2 dias de volta de umas amostras a ver se consigo medir a condutividade térmica... e o sistema não é propriamente o melhor! É o que dá ter de se fazer as coisas sem haver o equipamento apropriado... há um monte de pequenas coisas que podem dar errado e então é preciso repetir tudo de novo. A vantagem é que essas dificuldades levam ao desenvolvimento do conhecimento, mas não precisava de ser tão demorado! Após fazer um monte de medidas lá vou eu colocar os dados numa tabela e o que descubro eu? Que os resultados são pouco confiáveis... enfim, agora tenho é que continuar e acabar com isto até amanhã pois tenho que fazer outras coisas igualmente importantes mas que são mais interessantes de se fazer! Após este pequeno desabafo vou ver se esta medida funcionou ou se algum termopar decidiu mudar de lugar e estragar tudo... ou se o programa de aquisição de dados não decidiu ficar bloqueado outra vez, acho que ele já está farto de mim!

Casamento

No sábado lá fomos nós a mais um casamento! Juntámo-nos com um casal de amigos (Henrique e Cláudia) e lá nos fizemos à estrada, entre fortes chuvadas e neblina. Felizmente este casamento não implicou uma viagem de mais de 10h de viagem, como outros dois a que fomos no ano passado, foi apenas o tempo suficiente para fazer perto de 300Km.

O casamento foi interessante, o padre era engraçado e fazia o pessoal rir com gosto, principalmente quando estava de saída no final pois estava com um gorro muito estranho na cabeça! É que estava frio, o casamento foi na serra, no caminho ainda vimos uns restos de granizo que tinha caído na noite anterior.

A festa foi muito boa, muito graças à música animada mas também devido à preciosa ajuda dessa bebida tão apreciada por Baco...

Aqui vão umas imagens da festa, dos noivos Luciano e Fabíola e também de umas experiências capilares que eu e a Je fizémos!

Casamentos...

No sábado vamos a mais um casamento. Mais um pois, desde que aqui cheguei há cerca de 2 anos, este já é o 5º casamento a que vamos! Isto sem contar com o nosso próprio casamento... Se alguém quiser saber como é que são os casamentos no sul do Brasil (cerimónia, comida, festa, etc.) é só perguntar que eu poderei informar com conhecimento de causa! Estas amigas da Jerusa resolveram todas casar... E se ainda aqui estivermos no dia 1 de Outubro temos outro para ir, desta vez de uma colega minha aqui do laboratório. Muito casadoiras estas moças.

Fartura

Não há fome que não dê em fartura, ora aqui está um ditado que pode muito bem ser utilizado na candidatura da Je a uma bolsa de post-doc. Ela concorreu a duas instituições diferentes e, após a resposta positiva da fundação alemã, a instituição brasileira também decidiu atribuir uma bolsa à Je! Agora é só escolher uma, vai ser a alemã por dar melhores condições. Pelos vistos a miúda sabe escrever um bom projecto. :)

Alexander von Humboldt

Hoje de manhã recebemos uma bela notícia, a Je conseguiu a bolsa de post-doc na Alemanha, as coisas começam a ficar mais definidas! Nas próximas semanas receberemos informações detalhadas sobre a bolsa mas a confirmação de aceite já cá está. Com esses detalhes poderemos planear melhor o futuro, a data em que nos mudaremos e as condições da mudança, em princípio deve ser lá para Outubro. Estamos mais aliviados, principalmente por se estarem a definir as coisas, a indefinição não é nada agradável, além disso é um reconhecimento do bom trabalho feito pela Je uma vez que a bolsa da fundação Alexander von Humboldt não é das mais fáceis de se conseguir! Para festejar vamos na quarta ao café Marrocos, já estamos para lá ir há algum tempo e esta parece ser uma boa desculpa.

Ilha de Santa Catarina

O Google não pára de crescer, agora têm uma página de mapas onde se tem acesso à imagem por satélite do mundo inteiro, algumas partes com resolução melhor do que outras. Aproveitei então para usar esta imagem e assim mostrar a ilha onde tenho vivido nos últimos 2 anos.

Delícias portuguesas

Como só tenho falado de comida não podia deixar de descrever o meu jantar de ontem. A propósito da vinda a Florianópolis de uma amiga da Je, ela decidiu ir jantar a um restaurante português chamado delícias portuguesas, que existe no centro. Lá fui eu todo contente comer uma francesinha e petiscar na salada de bacalhau e no bacalhau com natas que elas pediram. Como é bom matar saudades da comida da santa terrinha... Esse restaurante é de uma portuguesa que vive por estes lados há muitos anos e, além de diversos pratos típicos (ontem estavam com falta de alheiras!) é o único lugar aqui da ilha onde se pode comer pasteis de nata, pasteis de tentugal, mil folhas e travesseiros de Sintra, uma tentação. Ainda bem que o restaurante fica longe da universidade!!

Formatura

No sábado fomos à formatura da Sónia. Aqui o pessoal leva muito a sério a festa de formatura e todo o ritual relacionado, onde as influencias norte americanas estão bem presentes. Na universidade existe uma cerimónia onde o próprio reitor está presente e os formandos estão vestidos com uma toga com as cores da universidade. Após os discursos da praxe do reitor e demais individualidades académicas (chefe de departamento, etc.) os alunos são chamados um a um e o reitor entrega o diploma, como nos filmes dos "amaricanos". Depois disso vem o jantar com a família e, para fechar, o baile de formatura com música ao vivo, brinde com champnhe, etc. Existem um monte de empresas que vivem da organização, fotos e filmagem de festas de formaturas, é impressionante a estrutura existente, o que sai muito caro! Por isso o pessoal durante o curso vai juntando dinheiro, mais ou menos da mesma forma que em Portugal se junta dinheiro para as viagens de finalistas. Para o pessoal daqui a coisa é perfeitamente consensual mas há uma coisa que para mim não "encaixa", uma vez que venho de fora desse espírito, é que ninguém se pode recusar a entrar nessa formalidade, apenas pode abdicar da festa e jantar. Ninguém faz o mesmo que nós que simplesmente terminamos o curso e vamos à secretaria escolar pedir o diploma, que não é nada barato, aqui pelo menos não há propinas, taxas de secretaria e nem pagam pelos diplomas. Aliás, no técnico a coisa é muito engraçada, termina-se o curso e vai-se à secretaria:

- Queria pedir o certificado de habilitações por favor (uma vez que o diploma é meramente decorativo...).
- Muito bem, mas tem de pedir também o diploma, não pode apenas pedir o certificado.
- Tudo bem (o que eu quero mesmo é o certificado e largar isto!), quanto é o diploma?
- São 100 euros.
- E não posso pedir apenas o certificado?!
- Não!
- Quanto tempo leva para estar tudo pronto?
- O certificado é rápido, apenas alguns dias.
- E o diploma?
- Isso já é outra coisa, demora uns dois anos pelo menos...

Ou seja, paga e cala-te... e o que foi que eu fiz? Paguei e calei-me... pelo menos eu terminei o curso antes do aumento das propinas (tenho de ter algum pensamento para minimizar a frustração!)...

Comida!!!

Este fim de semana fomos até à casa dos meus sogros pois no sábado foi a festa de formatura da minha cunhada Sónia. Saímos daqui de Florianópolis na sexta e parámos para almoçar no caminho num restaura à beira mar, uma bela muqueca que dava para pelo menos 3 pessoas. Menos de 2 horas depois parámos em casa de uma tia da Je e aqui vai disto, um café acompanhado de bolo. Chegámos a cada dos pais da Je lá para as 18h e, adivinhem, mais um café com vários bolos à disposição, não fosse a mãe da Je ficar feliz pela visita da filhinha querida... Entretanto chegamos à hora de jantar, lá vamos nós para casa de uma prima da Je porque o meu cunhado estava a dever uma picanha... comida até mais não, carne, um monte de acompanhamentos e bolo para depois tomar um cafésito! Isto na sexta porque no sábado fomos à festa da minha cunhada Sónia, mais um jantar básico, para se comer a quantidade que se quisesse, afinal era preciso comer bastante para depois aguentar a festa até de manhã. Domingo, para dar um descanso ao estômago, o meu sogro entreteve-se a fazer "vaca atolada" que mais não é do que carne de vaca (esse alimento omnipresente no Brasil) guisada com aipim, cenoura, cebola, tomate e banha, para rematar em grande estilo! Se eu morasse lá por aqueles lados estava desgraçado, já ia estar com uma barriga de respeito. Não posso dizer que não me tratam bem por lá, como que nem um abade... eu gosto muito de comida mas estou tão cheio... não quero ver tanta comida até... a próxima vez, que vai ser um casamento daqui a 2 semanas, é melhor começar a preparar o estômago.

Terror

Bombas em Madrid, bombas em Londres... antigamente as guerras tinham lugar certo, tinham campos e batalha bem definidos. Hoje temos explosões em lugares que consideramos seguros, onde se pensava que depois da ETA e do IRA não voltaríamos a ver imagens dessas, no entanto agora parece pior do que antes pois não há avisos e o objectivo é matar o maior número possível de pessoas. Quando parecia que a Europa ia finalmente entrar num periodo alargado de paz veio a questão da ex-Juguslávia e agora isto. Chamam-lhe terrorismo mas na realidade é apenas a forma de guerra do mundo globalizado, o inimigo já não é um país, não é visível, e quem ataca não precisa de grandes exércitos para causar um grande impacto. Das razões e soluções nem vou tentar falar, tudo muito complexo e não existiram muitos políticos "inocentes" nos últimos 100 anos. No fim quem sofre somos todos nós que apenas vamos a caminho do trabalho ou da escola...

Churrasco

Por aqui tudo é desculpa para um churrasco, qualquer coisa serve para juntar uns amigos e queimar um bocado de carne e umas salsichas. O acompanhamento de um churrasco simples é cerveja, pão e farofa, já um churrasco mais sofisticado apresenta uma salada de alface e tomate além de uma salada de batata (não fosse aqui um bastião da emigração de alemães). A carne é muito boa mas eu não estou geneticamente preparado para tanta carne!! E o pessoal por aqui bebe muita cerveja, o mais gelada possível.

Victória ou participação

Em Lisboa eu ia sempre ver a exposição da world press photo no CCB. Nas fotos da exposição de 2004 a parte dedicada às fotos de desporto apresenta 2 fotos que representam muito bem duas realidades opostas:

A importância de ganhar

e a importância da participação

Mar

Isto de se viver deste lado do oceano Atlântico tem o problema de não poder ver um pôr do sol no mar. Estava com isto na cabeça, num desses momentos em que não se sabe porquê a cabeça viaja para outros lados, quando me lembrei do último pôr do sol em pleno oceano. Já lá vai 1 ano que levei a Je a conhecer o cabo da roca e chegámos bem a tempo de ver um dos melhores espectáculos da natureza, mais 10 minutos e não tínhamos visto nada. Estavam umas poucas nuvens no céu e havia reflexos vermelhos nas nuvens e no mar, juntamente com o azul do céu e a escuridão do mar. Muito bonito e a companhia não podia ser melhor, além disso é preciso sentir-me pequeno de vez em quando para tentar manter as prioridades. Deste lado do oceano ou do outro adoro ver o mar, espero que a vida me possibilite continuar a viver perto dele.